A sério, mesmo, só uma criança a brincar
Sexta-feira, 2 de Novembro de 2007
Passatempo

Fico à espera que o tempo passe, e o tempo passa mas não passa a vontade que eu tenho que o tempo passe. Passa o tempo mas não passa o que eu quero que não passe, mesmo que fique à espera que o tempo passe para que passe, ao mesmo tempo que o tempo, o que eu não quero que passe. Por outro lado quero que passe o que não passa mas não dou um passo para que o que não passa passe. Neste caso, ao contrário de outros em que esperei que o tempo passasse para que passasse também o que eu queria que passasse com o tempo, eu espero que passe o tempo que faz passar ao mesmo tempo as coisas que se quer que passem, mas espero ao mesmo tempo que o tempo passa que não passe o que espero que passe mas não quero que passe. Espero, portanto, apenas que o tempo passe, sem que passe mais do que o tempo e não passando aquilo que tem que passar enquanto o tempo passa, é como se o tempo não passasse e se ficasse à espera de um tempo que não passa. Passo a passo, passo o tempo que não passa, embora eu saiba que passa porque passam algumas coisas que costumam passar enquanto o tempo passa e enquanto passam as coisas que costumam passar com o tempo é seguro que no mesmo passo passa também o tempo que faz com que as coisas passem. O que não passa é apenas uma coisa que eu quero que não passe porque não sei como passaria se essa coisa passasse e que passo poderia dar se tendo passado contra a minha vontade ainda teria vontade para esperar que o tempo passasse. O passo que não dou é um passo interrompido à espera que o tempo passe enquanto espero que não passe essa coisa que passa com o tempo mas eu não quero que passe enquanto espero que o tempo passe. Estou, portanto, parado à espera, dando os passos que o tempo dá, sem sair do lugar da coisa cujo passado me prende o passo por não saber de razão nenhuma para dar um passo de um passado que eu não queria passado mas que passasse como eu passo, em passo certo com o tempo que vai passando. Por mim não passará a passado o passado que tendo passado eu não quero que seja apenas passado. E não querendo eu que passe, mesmo que o tempo passe a dizer-me que passou, e passem outras coisas que o tempo passa para passado, não passarão no tempo que passa por mim ou então passará o tempo a não passar por mim quando tiver feito passado das coisas que eu não deixo que passem.


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publicado por prólogo às 10:37
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